terça-feira, 18 de setembro de 2012

Pintura entetada na solidão dos olhos

Muito poucas são as vezes de poeta
Na completa solidão dos olhos meus
Que de mundos teus se vê repleta
Mas relenta em cenas de Orfeu
Num sono que nos deuses se enteta
Pintado em meus cristalinos ateus.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Para parar com as paráfrases

Pra parafrasear a mente
O corpo resolveu não respirar
E pôs-se em parapeito na berlinda,
Na garganta que não vaza sem um rasgo
Que remexendo implora acontecer.
O ar forçando as vias,
Os pulmões alvéolos aveludando
Sonhando de uma brisa Olinda
Pra fugir da carniceira capital,
Do carniceiro bacanal traqueal
Inflamado em sua carne rósea e fina
Que pulula, que se empossa de pus,
E teme a maltrapilha esquina
Onde a vida dobre ao encontro do destino.
O temor, sim, mais profundo
Que escapa à mente em seu frígido pensar
Mas ao corpo devora em lampejo
Num remexo, num rasgo, num parar do peito,
Numa frase que a mente invejosa e descabida
Não copia... Nem sequer parafraseia.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Velhistórias

Minha vida
Nossa hora
Nessa vila

Desafina
Desaflora
Repentina

Repentista
Reza a lenda
Rua afora

Relembrando
Iracema
Isadora

Refazendo
Rimas secas
Velhistórias

De amores
De havidos
De amoras.